Para me sentir
mais amado do que sou
e mais poeta do que sei,
esqueço, facilmente,
do caminho por que vou
e faço uma ironia
do fantoche que criei.
Para refletir
mais a vida do que o nada
e mais o amor do que ninguém,
esqueço, loucamente,
de uma face quase amada
e desenho um novo traço
com o rosto de outro alguém.
Para me ferir
mais por dentro que por faca
e mais no sonho que no peito,
escrevo, friamente,
sobre a ponta da estaca
e faço-me vampiro,
do meu sangue me deleito
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