AMIGOS, AGORA É SÉRIO!!!
Tenho me
incomodado muito em perceber alunos perguntando sobre o uso da RITALINA
ou até mesmo utilizando, como já vi a caixinha com alguns...
Vou direto ao ponto, sem grandes ¨milongas¨...
QUER MORRER??? QUER SE TORNAR UM ZUMBI???
PARA COM ISSO!!! Que merda é essa que você está pensando em fazer com a sua vida???
Você não precisa de medicamentos para se manter acordado ou com a
atenção focada! Você precisa de PLANEJAMENTO e de MOTIVAÇÃO!!!
Isso
você só aprende com a curiosidade e empenho, assistindo gente
comprometida que quer realmente ajudar vocês a passar. Será que vocês
não percebem que no desespero de passar em um concurso aparecem um monte
de pessoas que chamo de ¨vampiras¨ querendo sugar toda a grana de
vocês? Desde a indústria farmacêutica (indústria essa que já trabalhei
um tempo da minha vida e sei a podridão) até os ¨vendedores de sonhos¨
com fórmulas milagrosas de como ser aprovado em um concurso cobrando por
isso valores absurdos...
PARA!!!!!!!!!!!!!!
Ao invés de gastar
com Ritalina, compre uma apostila, uma vídeo-aula, ou assista uma aula
presencial. Pra que correr o risco de se viciar em uma droga? Vicie-se
em ESTUDAR! Em criar uma disciplina focada e coerente a ser seguida até
sua aprovação!
Estou vivendo um enorme desafio que é perder 40kg,
SEM MEDICAMENTOS. Minha motivação é o objetivo que tracei e meu
planejamento. EU VOU CORRER A MEIA MARATONA DE BRASÍLIA ano que vem!!!
Essa é minha meta! Isso me motiva!!!
E você? O que o motiva???
PASSAR EM UM CONCURSO E REALIZAR SEUS SONHOS E DE SEUS AMORES DEVE SER A
SUA MOTIVAÇÃO!!! Então PARAAAAAAAAAAA!!!
Gruda a bunda na cadeira é
vá estudar!!! Programe seus horários! Reveja seus conceitos e sua vida!
Faça MUITOS EXERCÍCIOS!!! Praticar exercícios é o que aprova!!! Assim
como fazer dieta é a parte teórica dos concursos, malhar o corpo é o que
emagrece! MALHE SEU CÉREBRO!!!
Que merda!!! Ver alunos se matarem
aos poucos ou jogando dinheiro fora com blá-blá-blá... EU QUERO TER
AMIGOS REALIZADORES DE SONHOS!!! E não ZUMBIS!!!
Bora!!! Estudando! Vamo!!! Eu tô junto!!! Não vou te largar!!! BORAAAAAAAAAAA!!!!
Desculpem o desabafo!
Leiam abaixo sobre a Ritalina...
Abraço
Prof. Wendell Léo Castellano
Para uns, ela é uma droga perversa. Para outros, a 'tábua de salvação'.
Trata-se da ritalina, o metilfenidato, da família das anfetaminas,
prescrita para adultos e crianças portadores de transtorno de deficit de
atenção e hiperatividade (TDAH). Teria o objetivo de melhorar a
concentração, diminuir o cansaço e acumular mais informação em menos
tempo. Esse fármaco desapareceu das prateleiras brasileiras há poucos
meses (e já começou a voltar), trazendo instabilidade principalmente aos
pais, pela incerteza do consumo pelos filhos. Ocorre que essa droga
pode trazer dependência química, pois tem o mesmo mecanismo de ação da
cocaína, sendo classificada pela Drug Enforcement Administration como um
narcótico. No caso de consumo pela criança, que tem seu organismo ainda
em fase de formação, a ritalina vem sendo indicada de maneira
indiscriminada, sem o devido rigor no diagnóstico. Tanto que, no
momento, o país se desponta na segunda posição mundial de consumo da
droga, figurando apenas atrás dos Estados Unidos. Como acontece com boa
parte dos medicamentos da família das anfetaminas, a ritalina 'chafurda'
a ilegalidade, com jovens procurando a euforia química e o
emagrecimento sem dispor de receita médica. Fala-se muito que, se não
fizer o tratamento com a ritalina, o paciente se tornará um delinquente.
"Mas nenhum dado permite dizer isso. Então não tem comprovação de que
funciona. Ao contrário: não funciona", critica a pediatra Maria
Aparecida Affonso Moysés, professora titular do Departamento de
Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. “A gente
corre o risco de fazer um genocídio do futuro. Mais vale a orientação
familiar”, encoraja a pediatra, que concedeu entrevista, a seguir, ao
Portal Unicamp.
Portal Unicamp – Há pouco tempo, faltou distribuição de ritalina no mercado brasileiro. Como essa lacuna foi sentida?
Cida Moysés – Não sabemos verdadeiramente o motivo de faltar o
medicamento, mas isso criou uma instabilidade nas pessoas. As famílias
ficaram muito preocupadas e entraram em pânico, com medo de que os
filhos ficassem sem esse fornecimento. Isso foi sentido de um modo muito
mais intenso do que com outros medicamentos que de fato demonstram que
sua interrupção seria mais complicada que a ritalina. São os casos dos
medicamentos para diabetes ou hipertensão. Apesar de não conhecermos a
razão dessa falta do medicamento, sabemos das estratégias de mercado
para outros produtos como o açúcar e o café que faltam no supermercado
e, por isso, também para os medicamentos que faltam na farmácia. Quando
somem das prateleiras, eles criam angústia. No entanto, em geral,
retornam mais tarde. E mais caros, é óbvio.
Portal Unicamp – O que é a ritalina? Como ela age?
Cida Moysés – A ritalina, assim como o concerta (que tem a mesma
substância da ritalina – o metilfenidato, é um estimulante do sistema
nervoso central - SNC), tem o mesmo mecanismo de ação das anfetaminas e
da cocaína, bem como de qualquer outro estimulante. Ela aumenta a
concentração de dopaminas (neurotransmissor associado ao prazer) nas
sinapses, mas não em níveis fisiológicos. É certo que os prazeres da
vida também fazem elevar um pouco a dopamina, porém durante um pequeno
período de tempo. Contudo, o metilfenidato aumenta muito mais. Assim, os
prazeres da vida não conseguem competir com essa elevação. A única
coisa que dá prazer, que acalma, é mais um outro comprimido de
metilfenidato, de anfetamina. Esse é o mecanismo clássico da dependência
química. É também o que faz a cocaína.
Portal Unicamp – Quando a ritalina é indicada?
Cida Moysés – Para quem indica, é nos casos com diagnóstico de TDAH. Eu
não indico. Para esses médicos, entendo que é necessário traçar uma
relação custo-benefício: quanto ganho com esse tratamento em termos de
vantagens e de desvantagens. Sabe-se que é uma droga que possui inúmeras
reações adversas, como qualquer droga psicoativa. Considero
extremamente complicado usar uma droga com essas reações para melhorar o
comportamento de uma criança. Qual é o preço disso?
Portal Unicamp – Quais são os sintomas principais?
Cida Moysés – As reações adversas estão em todo o organismo e, no
sistema nervoso central então, são inúmeras. Isso é mencionado em
qualquer livro de Farmacologia. A lista de sintomas é enorme. Se a
criança já desenvolveu dependência química, ela pode enfrentar a crise
de abstinência. Também pode apresentar surtos de insônia, sonolência,
piora na atenção e na cognição, surtos psicóticos, alucinações e correm o
risco de cometer até o suicídio. São dados registrados no Food and Drug
Administration (FDA). São relatos espontâneos feitos por médicos. Não é
algo desprezível. Além disso, aparecem outros sintomas como cefaleia,
tontura e efeito zombie like, em que a pessoa fica quimicamente contida
em si mesma.
Portal Unicamp – Não é pouca coisa...
Cida
Moysés – Ocorre que isso não é efeito terapêutico. É reação adversa,
sinal de toxicidade. Além disso, no sistema cardiovascular é possível
ter hipertensão, taquicardia, arritmia e até parada cardíaca. No sistema
gastrointestinal, quem já tomou remédio para emagrecer conhece bem
essas reações: boca seca, falta de apetite, dor no estômago. A droga
interfere em todo o sistema endócrino, que interfere na hipófise. Altera
a secreção de hormônios sexuais e diminui a secreção do hormônio de
crescimento. Logo, as crianças ficam mais baixas e também essa droga age
no peso. Verificando tudo isso, a relação de custo-benefício não vale a
pena. Não indico metilfenidato para as crianças. Se não indico para um
neto, uma criança da família, não indico para uma outra criança.
Portal Unicamp – Criança não comportada é um problema social?
Cida Moysés – Está se tornando. E não vai se resolver colocando um
diagnóstico de uma doença neurológica ou neuropsiquiátrica e
administrando um psicotrópico para uma criança.
Portal Unicamp – Qual seria o tratamento então?
Cida Moysés – Um levantamento de 2011, publicado pelo equivalente ao
Ministério da Saúde nos Estados Unidos, envolve uma pesquisa feita pelo
Centro de Medicina baseado em Evidências da Universidade de McMaster, no
Canadá, que analisou todas as publicações de 1980 a 2010 sobre o
tratamento de TDAH. O primeiro dado interessante foi que, dos dez mil
trabalhos que provaram que o metilfenidato funciona, é seguro, apenas 12
foram considerados publicações científicas. Todo o resto foi descartado
por não preencher os critérios de cientificidade. Esse é um aspecto
muito importante. Dos 12 trabalhos restantes, o que eles encontraram foi
que a orientação familiar tem alta evidência de bons resultados, e o
medicamento tem baixa evidência. Isso não quer dizer que a família seja
culpada. É preciso orientá-la como lidar com essa criança. Além disso,
os dados dessa pesquisa sobre rendimento escolar foram inconclusivos,
assim como não há nenhum dado que permita dizer que melhora o
prognóstico em longo prazo. Fala-se muito que, se a criança não for
tratada, vai se tornar uma dependente química ou delinquente. Nenhum
dado permite dizer isso. Então não tem comprovação de que funciona. Ao
contrário: não funciona. E o que está acontecendo é que o diagnóstico de
TDAH está sendo feito em uma porcentagem muito grande de crianças, de
forma indiscriminada.
Portal Unicamp – Dê um exemplo.
Cida
Moysés – Quando se fala em 5% a 10% de pessoas com determinado problema,
o conhecimento médico exige que se assuma que isso é um produto social,
e não uma doença inata, neurológica, como seria o TDAH, e muito menos
genética. Não dá para pensar em porcentagens. Em Medicina, sobre doenças
desse tipo fala-se em 1 para 100 mil ou em 1 para 1 milhão. Então, é
algo socialmente que vem se produzindo. Quando digo isso, de novo, não
estou dizendo que a família é a culpada. Pelo contrário, é um modo de
viver que estamos produzindo.
Portal Unicamp – Quem está sendo medicado?
Cida Moysés – São as crianças questionadoras (que não se submetem
facilmente às regras) e aquelas que sonham, têm fantasias, utopias e que
‘viajam’. Com isso, o que está se abortando? São os questionamentos e
as utopias. Só vivemos hoje num mundo diferente de 1.000 anos atrás
porque muita gente questionou, sonhou e lutou por um mundo diferente e
pelas utopias. Quando impedimos isso quimicamente, segundo a frase de um
psiquiatra uruguaio, “a gente corre o risco de estar fazendo um
genocídio do futuro”. Estamos dificultando, senão impedindo, a
construção de futuros diferentes e mundos diferentes. E isso é terrível.
Portal Unicamp – Na França, o TDAH é praticamente zero. A que se deve isso?
Cida Moysés – Isso se deve a valores culturais, fundamentalmente.
Portal Unicamp – Isso em países desenvolvidos?
Cida Moysés – Não necessariamente. Ninguém pode dizer que os EUA não
sejam desenvolvidos. Não obstante, o país é o primeiro grande consumidor
mundial da ritalina, da onde irradia tudo. O Brasil vem logo em
seguida, como segundo consumidor mundial. Ao contrário do que se
propaga, de que a taxa de prevalência é a mesma em todos os lugares,
isso não é verdade. Varia de 0,1% a 20%, conforme o estudo da
Universidade McMaster do Canadá. Varia de acordo com valores culturais,
região geográfica, época e conforme o profissional que está avaliando.
Há trabalhos que mostram, por exemplo, que médicas diagnosticam mais
TDAH em meninos e que médicos mais em meninas, provavelmente por uma
falta de identificação. Alguns trabalhos mostram que crianças pobres têm
mais chances de receber o diagnóstico. Estamos falando de uma Era dos
Transtornos – uma epidemia dos diagnósticos. A França tem uma
resistência muito grande a isso por uma questão de formação de médicos,
de valores da sociedade. Lá eles têm um movimento muito grande
desencadeado por médicos, muitos deles psiquiatras, que se chama
collectif pas de 0 de conduite. Esse movimento surgiu como reação à lei
que propunha avaliar o comportamento de todas as crianças até três anos
de idade. Era um modelo que pegava especificamente pobres e imigrantes. O
movimento conseguiu derrubar tal lei.
Portal Unicamp – Existe no Brasil alternativa diferente da medicalização, da visão organicista?
Cida Moysés – Temos uma articulação mais recente que é o Fórum sobre
Medicalização da Educação e da Sociedade, o qual eu e o Departamento de
Pediatria da FCM-Unicamp integramos. O nosso Departamento é o seu membro
fundador, tendo mais de 40 entidades acadêmicas profissionais e mais de
3.000 pessoas físicas no Brasil, que estão buscando difundir as
críticas que existem na literatura científica sobre isso. Além do mais,
procuramos construir outros modos de acolher e de atender as
necessidades das famílias dos jovens que vivenciam e sofrem com esses
processos de medicalização. Em novembro, a Unicamp promoverá um Fórum
Permanente sobre Medicalização da Vida, que irá abordar essas questões
de medicalização e de patologização da vida. Todos estão convidados.
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