Não sou Max Gehringer, mas vamos
tentar...
3ª Crônica Fotográfica:
MOTIVAÇÃO NO MUNDO CORPORATIVO – por Prof. Wendell Léo Castellano
Costumo ilustrar a Teoria X e Y do Mc Gregor em sala-de-aula, contando
uma história que presenciei em uma das várias consultorias que já fiz no
passado...
Para quem não sabe, McGregor define como X pessoas que precisam ser
¨empurradas¨, pessoas desmotivadas para o trabalho. Pessoas Y seriam opostas,
altamente motivadas, surpreendentes! Mas McGregor explica que nós todos temos
nossos dias de X ou de Y. São dois lados da mesma moeda!
Em uma consultoria que fiz em 2002, presenciei uma situação intrigante.
Um supervisor de vendas, recém-contratado com apenas dois meses teve um
problemão pessoal. Ele sofreu um grave acidente de trânsito no final de semana,
quase morrendo por isso. Fico em coma 1 mês, teve que passar por 8 cirurgias,
quase ficou paraplégico.
Seu plano de saúde ainda estava no período de carência, e não cobria
todos os gastos com hospital. O que a empresa fez?
Poderia tê-lo demitido, mas não! A empresa cobriu todas as despesas com
hospitais e medicamentos. Colocou em seu lugar outro supervisor, mas avisou-o
de que quando o hospitalizado se restabelecesse, seria removido para outra
região, já que aquela região pertencia ao hospitalizado.
Durante o período de atuação do substituto, todos os prêmios em vendas
que foram pagos ao mesmo também foram pagos ao hospitalizado. Até os dois
filhos do hospitalizado eram levados para a escola por motorista particular da
empresa, tarefa essa que o pai executava antes do acidente.
Quando chegou ao final do ano, o hospitalizado também recebeu as
participações nos lucros, e todos os benefícios como se nada tivesse
acontecido. Toda família teve todo o suporte enquanto o funcionário se
restabelecia de um problema pessoal. Em nenhum momento tiraram dele o seu
trabalho.
O ¨cara¨saiu do hospital 6 meses depois do acidente, e teve que fazer
fisioterapia por mais três. Tudo subsidiado pela empresa.
E então, o funcionário voltou às suas atribuições, em sua região de
origem... E hoje, em 2013, ele é simplesmente o vice-presidente desta empresa.
O braço direito dos acionistas, e certamente, o futuro presidente.
Quanto dias nos últimos 11 anos esse funcionários não esteve X? Quantos
problemas pessoais, familiares ou de saúde esse cara não teve em 11 anos? E
sabem quantas vezes ele chegou ao estado X na empresa depois desse fatídico
final de semana? – NENHUM!
Não houve nenhum dia destes últimos 11 anos que ele não chegou
empolgado, motivado, pontual, realizando além do que o trabalho exigia... e em
nenhum dia ele deixou de contar essa história de apoio da empresa por ele! Ao
encontrá-lo recentemente, tive que escutar toda a história de novo. Tornou-se
ETERNAMENTE Y! Eternamente GRATO!
Claro que a empresa não pode parar... Claro que os clientes não podem
esperar. Mas, no entanto, pela empresa perceber que era um funcionário que
poderia valer a pena, não o abandonou em nenhum momento. Cuidou dele sem ter a
obrigação disto, mal conhecendo-o, e fez muito além do que uma empresa normal
faria. Valorizou o que chamamos em administração de ¨fator humano¨.
Fator humano que encontrou nesta empresa um ¨lar¨. Que encontrou nos
colegas de trabalho verdadeiros parceiros. E que encontrou em seus chefes
verdadeiros amigos. E é disso que as organizações são feitas no fundo... de
¨fatores humanos¨!!!
Se Mc Gregor nunca explicou no livro intitulado ¨O Lado Humano da
Empresa¨, como transformar alguém de X em Y eternamente, tá aí a explicação...
Valorizar o fator humano faz as empresas terem pessoas Y, e líderes
terem centenas de braços... direitos!
Wendell Léo Castellano
(27/dezembro/2013)
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