Obediência ou Rebeldia?
OBEDIÊNCIA OU REBELDIA?
Toda empresa tem aquele grupinho de funcionários contestadores e meio
revolucionários. Eles parecem nunca estar satisfeitos com nada, vivem
criticando decisões que a diretoria toma, gostariam que não houvesse
tanta burocracia, e principalmente, querem ter liberdade para pensar.
De modo geral, as empresas rotulam pessoas assim com palavras pouco
elogiosas: desestabilizadores do ambiente de trabalho ou, simplesmente,
terroristas.
No início de minha carreira, tinha mais ou menos esse
perfil. Aos 18 anos, trabalhava em uma fábrica e, certo dia, a direção
decretou que todo mundo teria de passar a usar jalecos de cor cinza.
A hierarquia seria diferenciada pela cor da gola dos jalecos. Chefes
tinham gola azul, supervisores gola verde, e assim por diante, até os
mais humildes, que teriam gola cor de abóbora. Bastou uma semana para
que a nova moda virasse um festival de vaidades e os mais humildes
fossem apelidados de ¨abobrinhas¨.
Como representante da classe dos ¨abobrinhas¨, pendurei no quadro de
avisos da fábrica em papel com a seguinte frase: ¨Se a cor do colarinho
fosse sinal de prestígio, o palhaço seria dono do circo¨. Tomei a minha
primeira advertência por escrito, que está guardada com carinho até
hoje.
Muitos anos depois, aquela empresa fez uma festa para
comemorar seus 50 anos de existência e vários ex-funcionários foram
convidados, inclusive eu. Para minha surpresa, recebi uma homenagem.
Fiquei ainda mais surpreso quando descobri que outras pessoas que
estavam sendo homenageadas eram exatamente aquelas que a empresa não via
com bons olhos em tempos passados. Os terroristas que estavam sempre
ameaçados de ir para a rua se não se comportassem. Agora, essa gente era
classificada como criativa e inovadora.
Então, se alguém aí está na
marca do penalty porque vive dizendo o que pensa dentro da empresa,
tudo é uma simples questão de escolha: estabilidade hoje ou felicidade
amanhã. Porque o presente só premia os obedientes. Mas o futuro será
sempre grato aos rebeldes.
OBRIGADO, Max Gehringer!!!
Moral
da história: Exponha o que pensa, indigne-se, revolte-se quando o mundo
te ataca. Porém, com superioridade e humildade dê a volta por cima
sempre e seja sempre inovador!
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